quinta-feira, 26 de maio de 2011

“IMPUSERAM, À BRUTA, UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO INQUALIFICÁVEL”

Sara R. Oliveira, Educare 2011-05-11
Santana Castilho critica, sem rodeios, o estado
da Educação no seu novo livro. A obra é lançada
amanhã e, entre muitos assuntos, aborda a perda
de autoridade dos professores e revela que 27%
dos pacientes dos psiquiatras são docentes.
Santana Castilho, professor de Organização e Gestão do Ensino, vai direto ao
assunto. Na sua opinião, a sociedade tem vindo, gradualmente, "a perder a
noção que o sistema de educação serve pessoas". As suas ideias são
apresentadas no livro O Ensino Passado a Limpo - Um sistema de ensino para
Portugal e para os portugueses, editado pela Porto Editora e lançado amanhã.
Uma crítica dura ao estado da educação no nosso país.
"Os professores perderam o poder porque se endeusaram políticas de falsa
promoção de sucesso escolar, afogando-os em burocracias sem sentido,
impeditivas do cumprimento da sua missão nobre: ensinar", refere nesta
entrevista, sustentando que há uma crise de autoridade na escola.
O facilitismo e a indisciplina são, na sua perspetiva, os grandes problemas do
Ministério da Educação. Aponta o dedo ao fabrico de resultados estatísticos
imediatos, garante que tudo falhará se se continuar a reformar por decreto e
defende a autonomia das escolas e a extinção das direções regionais de
educação. "A vida dos docentes está submersa por papéis, processos,
reuniões e práticas administrativas sem sentido, inúteis, ineficazes e
doentiamente kafkianas", avisa no seu livro. E mais: os professores
portugueses trabalham, em média, mais 83 horas por ano do que os colegas
da OCDE.
A síntese do que me preocupa é o próprio livro. Mas, se quiser
uma síntese da síntese, dir-lhe-ei: temos, gradualmente, vindo
a perder a noção que o sistema de educação serve pessoas.
A educação é um direito. Refere que é um "disparate" ter os portugueses na
escola até aos 18 anos e está cansado das iniciativas que garantem os direitos
das minorias prevaricadoras e não das maiorias cumpridoras. Em seu
entender, é preciso alterar o modelo de gestão das escolas, auditar a atividade
da Parque Escolar, debater publicamente os programas escolares e recuperar
os exames nacionais a todas as disciplinas. "A educação nacional foi, nos
últimos seis anos, governada por snipers da portaria e do despacho, que
usurparam a democraticidade e destruíram a cooperação", escreve na sua
obra.
Um livro que desmonta várias situações e que aponta caminhos que podem ser
escutados e integrados numa nova política educativa. O líder do PSD, Pedro
Passos Coelho, assina o prefácio. "Aqui se procura, com grande pragmatismo
mas sem perda de um sólido quadro de referência programática, apontar
orientações e soluções suscetíveis de serem incorporadas num programa de
ação política governativa", sublinha o social-democrata.
Os professores perderam o poder porque políticos
demagógicos se esqueceram que o direito à educação é
indissociável do dever de estudar e trabalhar, missão do aluno.
E: Refere, no seu livro, que há uma crise de autoridade na escola. Os
professores perderam o "poder" que tinham? Alterar o Estatuto do Aluno
poderá ser uma forma de recuperar o "respeito"?
SC: Os professores perderam o poder porque foram sistematicamente
vilipendiados e apontados como responsáveis pelos erros dos políticos. Os
professores perderam o poder porque se endeusaram políticas de falsa
promoção de sucesso escolar, afogando-os em burocracias sem sentido,
impeditivas do cumprimento da sua missão nobre: ensinar.
Os professores perderam o poder porque quiseram, mal, que eles
substituíssem a responsabilidade primeira dos pais: fornecerem aos filhos
regras de conduta civilizada, sem as quais nenhuma escola funciona, por
melhores que sejam os professores. Os professores perderam o poder porque
políticos demagógicos se esqueceram que o direito à educação é indissociável
do dever de estudar e trabalhar, missão do aluno. Neste contexto, a alteração
do Estatuto do Aluno ajudará a trazer uma nova ordem à escola. Mas é apenas
um aspeto de um trabalho pesado, que pesa sobre o próximo Governo. O
Estado tem vivido em licença sabática, ocupado a servir a sua corte. Há que
acordá-lo para que sirva todo o país e todos os portugueses, a sua missão,
afinal.
Não sou contra a avaliação, desde que seja exequível e
contribua para melhorar a qualidade do sistema de ensino e a
qualidade do desempenho dos professores.
E: Critica duramente o modelo de avaliação, referindo que é
"tecnicamente uma nulidade e politicamente um desastre". Contra a
avaliação ou a favor de um outro método avaliativo?
SC: A avaliação é uma coisa distinta da classificação. Um primeiro-ministro e
uma ministra da Educação ignorantes e que odiaram os professores
confundiram os dois conceitos e impuseram, à bruta, um sistema de
classificação inqualificável.
Não sou contra a avaliação, desde que seja exequível e contribua para
melhorar a qualidade do sistema de ensino e a qualidade do desempenho dos
professores. Qualquer inteligência média compreende isto. Infelizmente, muitos
políticos e comentadores não compreenderam e continuam a não
compreender.
E: Sustenta que tudo falhará se se insistir em reformar por decreto e
defende a autonomia das escolas. Neste sentido, qual seria o papel do
Ministério da Educação?
SC: Definir as políticas, garantir a qualidade do sistema de ensino (e o que se
entende por qualidade também tem de ser definido), zelar pela eficiência do
sistema (porque o dinheiro dos contribuintes tem de ser bem gasto e com
resultados), supervisionar e apoiar construtivamente as escolas e os
professores no seu exercício profissional autónomo.
E: Avaliar as atividades da tutela é uma das medidas que propõe no seu
livro. Desconfiado com a atuação do Ministério?
SC: Como em qualquer sistema, quem dirige é o primeiro interessado em ter
elementos constantes que permitam corrigir rotas mal traçadas. Um Ministério
da Educação não é um califado a que se deva obediência cega, ou um papado
infalível. Não é uma questão de desconfiança. É uma questão de mudança de
paradigma. Auscultar o que os portugueses pensam da aplicação das políticas
delineadas pelo Ministério da Educação parece-me ser um belo começo para
que professores, pais e alunos se sintam cada vez mais como entidade coesa.
Utopia? Talvez! Mas um grande Professor (a maiúscula é intencional), que
também foi poeta, ensinou-nos, há muito, que o sonho comanda a vida.
E: Escreve que o facilitismo e a indisciplina são os problemas maiores do
Ministério da Educação. Em que se refletem esses problemas?
SC: Na falta de seriedade do sistema de ensino, na ausência de condições de
base para que os professores possam trabalhar e na falta de futuro dos nossos
filhos e netos.
Defendo a ampla autonomia das escolas e a responsabilização
plena dos seus agentes pela respetiva missão.
E: O que se ganharia com a extinção das direções regionais de educação,
como sugere?
SC: O que se ganha quando se removem excrescências moles, que de nada
servem a não ser complicar o normal funcionamento do sistema. Defendo,
como sabe, a ampla autonomia das escolas e a responsabilização plena dos
seus agentes pela respetiva missão. Neste quadro, ter uma corte de burocratas
de serviço, que são meras correias de transmissão de um poder centralizado,
que também combato, seria impensável. Tanto mais que consomem uma boa
maquia dos impostos dos portugueses.
E: Estamos perante um sistema de ensino que não funciona? Diz que
copiar modelos do estrangeiro nem sempre resulta...
SC: Não resulta nunca. Temos a nossa cultura e os nossos problemas
específicos.
E: Por que razão afirma que é um "disparate" ter os portugueses na
escola até aos 18 anos?
SC: Como pai, não aceito que o Estado decida por mim e pelos meus filhos a
educação que eles prosseguem. Como cidadão, quero liberdade para trabalhar
aos 16 anos, como, aliás, o próprio Código do Trabalho consigna. Deve o
Estado garantir a todos que queiram e tenham capacidade para tal, sublinhese,
a prossecução de estudos, sem entraves. Mas não deve o Estado impor a
escola a quem já pode ser responsabilizado por crime, sabe o que faz e quer ir
trabalhar. Porque, ao invés de ser compulsiva, a educação deve ser tida como
um direito. Chega de Estado que diz proteger-nos de tudo menos dele próprio.
Ao argumento anterior, que é teórico, acrescem outros, de natureza prática. Os
nove anos de ensino obrigatório, aprovados em 1986, demoraram 10 anos a
transpor para a prática efetiva. Ainda hoje não são cumpridos na íntegra.
Manter na escola, à força e à pressa, quem lá não quer estar ou não tem
capacidade para prosseguir estudos, acrescentará mais violência e mais
indisciplina a um ambiente que já é grave. Tal medida, a não colher o primeiro
argumento, pressuporia uma preparação, que não foi feita, para receber os
estimados 30.000 novos alunos. Pressuporia uma reformulação completa dos
objetivos e das vias do ensino secundário, principalmente quanto ao ensino
profissional que, como está, é um logro. Pressuporia a efetiva gratuitidade do
ensino, que está longe de estar cumprida no quadro dos nove anos até há
pouco vigentes.
Se uma das causas do atual abandono, que se aproxima dos 36%, radica
nesta variável, alguém de bom senso antecipa que a sociedade, com dois
milhões de pobres e dois milhões de assistidos, mais de meio milhão de
desempregados e magro PIB, pague para ficar com os filhos 12 anos sentados
na escola? Com outros salários, com outro nível de vida, talvez. Assim,
obviamente que não! E não me venham com a falácia das bolsas, que um
Estado quase falido não vai poder pagar. É só olhar para a história de 2005 a
2011 para perceber que estamos nos antípodas da seriedade e no terreno do
mais rudimentar marketing político.
Ao invés de ser compulsiva, a educação deve ser tida como um
direito.
E: Por outro lado, defende que as crianças só devem entrar na escola aos
sete anos...
SC: Não defendo, liminarmente. Penso que seria uma boa medida, por
acautelar, em termos genéricos, uma outra maturidade à entrada no ensino
obrigatório. Proponho que se discuta o tema e se ouçam os especialistas.
E: O debate público dos programas escolares é, na sua opinião, um
caminho para que os currículos sejam mais eficazes?
SC: Sim, mas falo de um debate público com organizações qualificadas.
E: Critica a atuação do Governo nos últimos dois mandatos, desconstrói
alguns discursos de José Sócrates, coloca em causa a amostra utilizada
no PISA, refere que se protege mais a minorias prevaricadoras do que as
maiorias cumpridoras, revela que 27% dos pacientes dos psiquiatras são
professores. O que mais o preocupa neste mundo da educação?
SC: A síntese do que me preocupa é o próprio livro. Mas, se quiser uma
síntese da síntese, dir-lhe-ei: temos, gradualmente, vindo a perder a noção que
o sistema de educação serve pessoas.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Por falar em horários dos professores... - vale a pena ler!

Resposta ao Caríssimo que veio aos jornais INDIGNAR-SE contra os professores.

Tal demonstra bem como os profs trabalham tanto e "nem se dá por ela".

Caro anónimo indignado com a indignação dos professores,
Homens (e as mulheres) não se medem aos palmos, medem-se, entre outras coisas, por aquilo que afirmam, isto é, por saberem ou não saberem o que dizem e do que falam.
O caro anónimo mostra-se indignado (apesar de não aceitar que os professores também se possam indignar! Dualidade de critérios deste nosso estimado anónimo... Mas passemos à frente) com o excesso de descanso dos professores: afirma que descansamos no Natal, no Carnaval, na Páscoa e no Verão, (esqueceu-se de mencionar que também descansamos aos fins-de-semana). E o nosso prezado anónimo insurge-se veementemente contra tão desmesurada dose de descanso de que os professores usufruem e de que, ao que parece, ninguém mais usufrui.
Ora vamos lá ver se o nosso atento e sagaz anónimo tem razão. Vai perdoar-me, mas, nestas coisas, só lá vamos com contas.
O horário semanal de trabalho do professor é 35 horas. Dessas trinta e cinco, 11 horas (em alguns casos até são apenas dez) são destinadas ao seu trabalho individual, que cada um gere como entende. As outras 24 horas são passadas na escola, a leccionar, a dar apoio, em reuniões, em aulas de substituição, em funções de direcção de turma, de coordenação pedagógica, etc., etc.
Bom, centremo-nos naquelas 11 horas que estão destinadas ao trabalho que é realizado pelo professor fora da escola (já que na escola não há quaisquer condições de o realizar): preparação de aulas, elaboração de testes, correcção de testes, correcção de trabalhos de casa, correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo, investigação e formação contínua. Agora, vamos imaginar que um professor, a quem podemos passar a chamar de Simplício, tem 5 turmas, 3 níveis de ensino, e que cada turma tem 25 alunos (há casos de professores com mais turmas, mais alunos e mais níveis de ensino e há casos com menos - ficamos por uma situação média, se não se importar). Para sabermos o quanto este professor trabalha ou descansa, temos de contar as suas horas de trabalho.
Vamos lá, então, contar:
1. Preparação de aulas: considerando que tem duas vezes por semana cada uma dessas turmas e que tem três níveis diferentes de ensino, o professor Simplício precisa de preparar, no mínimo, 6 aulas por semana (estou a considerar, hipoteticamente, que as turmas do mesmo nível são exactamente iguais -- o que não acontece -- e que, por isso, quando prepara para uma turma também já está a preparar para a outra turma do mesmo nível). Vamos considerar que a preparação de cada aula demora 1 hora. Significa que, por semana, despende 6 horas para esse trabalho. Se o período tiver 14 semanas, como é o caso do 1.º período do presente ano lectivo, o professor gasta um total de 84 horas nesta tarefa.
2. Elaboração de testes: imaginemos que o prof. Simplício realiza, por período, dois testes em cada turma. Significa que tem de elaborar dez testes. Vamos imaginar que ele consegue gastar apenas 1 hora para preparar, escrever e fotocopiar o teste (estou a ser muito poupado, acredite), quer dizer que consome, num período, 10 horas neste trabalho.
3. Correcção de testes: o prof. Simplício tem, como vimos, 125 alunos, isto implica que ele corrige, por período, 250 testes. Vamos imaginar que ele consegue corrigir cada teste em 25 minutos (o que, em muitas disciplinas, seria um milagre, mas vamos admitir que sim, que é possível corrigir em tão pouco tempo), demora mais de 104 horas para conseguir corrigir todos os testes, durante um período.
4. Correcção de trabalhos de casa: consideremos que o prof. Simplício só manda realizar trabalhos para casa uma vez por semana e que corrige cada um em 10 minutos. No total são mais de 20 horas (isto é, 125 alunos x 10 minutos) por semana. Como o período tem 14 semanas, temos um resultado final de mais de 280 horas.
5. Correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo: vamos pensar que o prof. Simplício manda realizar apenas um trabalho de grupo, por período, e que cada grupo é composto por 3 alunos; terá de corrigir cerca de 41 trabalhos. Vamos também imaginar que demora apenas 1 hora a corrigir cada um deles (os meus colegas até gargalham, ao verem estes números tão minguados), dá um total de 41 horas.
6. Investigação: consideremos que o professor dedica apenas 2 horas por semana a investigar, dá, no período, 28 horas (2h x 14 semanas).
7. Acções de formação contínua: para não atrapalhar as contas, nem vou considerar este tempo.
Vamos, então, somar isto tudo:
84h+10h+104h+280h+41h+28h=547 horas.
Multipliquemos, agora, as 11horas semanais que o professor tem para estes trabalhos pelas 14 semanas do período: 11hx14= 154 horas.
Ora 547h-154h=393 horas. Significa isto que o professor trabalhou, no período, 393 horas a mais do que aquelas que lhe tinham sido destinadas para o efeito.
Vamos ver, de seguida, quantos dias úteis de descanso tem o professor no Natal.
No próximo Natal, por exemplo, as aulas terminam no dia 18 de Dezembro. Os dias 19, 22 e 23 serão para realizar Conselhos de Turma, portanto, terá descanso nos seguintes dias úteis: 24, 26, 29 30 e 31 de Dezembro e dia 2 de Janeiro. Total de 6 dias úteis. Ora 6 dias vezes 7 horas de trabalho por dia dá 42 horas. Então, vamos subtrair às 393 horas a mais que o professor trabalhou as 42 horas de descanso que teve no Natal, ficam a sobrar 351 horas. Quer dizer, o professor trabalhou a mais 351 horas!! Isto em dias de trabalho, de 7 horas diárias, corresponde a 50 dias!!! O professor Simplício tem um crédito sobre o Estado de 50 dias de trabalho. Por outras palavras, o Estado tem um calote de 50 dias para com o prof. Simplício.
Pois é, não parecia, pois não, caro anónimo? Mas é isso que o Estado deve, em média, a cada professor no final de cada período escolar.
Ora, como o Estado somos todos nós, onde se inclui, naturalmente, o nosso prezado anónimo, (pressupondo que, como nós, tem os impostos em dia) significa que o estimado anónimo, afinal, está em dívida para com o prof. Simplício. E ao contrário daquilo que o nosso simpático anónimo afirmava, os professores não descansam muito, descansam pouco!
Veja lá os trabalhos que arranjou: sai daqui a dever dinheiro a um professor. Mas, não se incomode, pode ser que um dia se encontrem e, nessa altura, o amigo paga o que deve.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Esta foi grassas áz novas opertnidades ......

Esta foi grassas áz novas opertnidades ......




O PIQUENIQUE DA MINISTRA

A ministra da educação foi convidada para participar num piquenique em sua honra, oferecido pelos alunos que passaram o 9º ano.
Quando chegou ao local, estranhou ver um monte enorme de sacos cheios de um pó branco. Dirigiu-se ao rapaz que estava a preparar o churrasco e perguntou :



- O que é que está dentro daqueles sacos ?
- É cal, senhora ministra.
- Cal ? Mas para quê ?
- Eu também não percebi, senhora ministra mas as ordens que recebi foi de comprar 102 sacos de cal !



Intrigada, a Ministra dirigiu-se ao responsável pelo piquenique (um antigo seu aluno que conseguiu evoluir tirando uma especilização no programa das novas oportunidades) e perguntou-lhe o que é que pretendia fazer com tanta cal. Esse seu antigo aluno, espantadíssimo, comentou que não tinha encomendado cal nenhuma. Foram os dois ter com o rapaz que fizera as compras para esclarecerem o assunto.


- Olha lá, quem é que te mandou comprar estes sacos de cal ?
- Foste tu, pá! Agora não te lembras ? Ainda tenho aqui o papel que escreveste.


E exibiu a lista enorme de compras que lhe tinha sido dada.
O antigo aluno mirou, tornou a mirar e disse :


- Eh pá... mas tu és mesmo burro ! Não vês que me esqueci de pôr a cedilha ? O que eu queria dizer era Çal ! E não era 102 sacos mas sim 1 ô 2 !