As crianças precisam de adultos firmes, que saibam dizer Não.
Acaba de chegar às livrarias o livro da psicóloga espanhola María Jesús Álava Reys «O Não também ajuda a crescer», editado pela Esfera dos Livros. Com base na sua vasta experiência clínica e relatando casos concretos e reais, a autora deixa conselhos práticos a uma geração de pais que parece ter dificuldade em dizer Não. O resultado: crianças problemáticas que deixam de ser, cada vez mais, casos isolados.
Apesar de reconhecer que não há receitas mágicas nem regras universais, Álava Reys sistematiza princípios básicos que parecem andar arredados das famílias actuais. O IOL Mãe faz um resumo dos erros a evitar. Porque é fundamental assumirmos o nosso papel de educadores e estarmos à altura do desafio.
Erros a evitar:
Tentar ser companheiros em vez de pais
As crianças necessitam de situar-se e de situar-nos. Os adultos ocupam um papel na sua vida: o de adultos e poucas coisas os confundem tanto como ver um adulto a agir como uma criança.
Tentar comprar as crianças, fazendo de «bons» ou pondo-se sempre do seu lado A tendência para se colocar sempre do lado do filho, ou ser «o bom da fita», surge de forma espontânea em muitos adultos, mas as suas consequências são tão negativas quanto evitáveis. (...) As crianças necessitam de orientações, mas necessitam sobretudo de ver os adultos seguros e fortes.
Protegê-los em excesso, fazer com que o mundo gire à sua volta
Tirar-lhes a possibilidade de criarem os seus próprios recursos, as suas próprias aptidões, as suas próprias defesas... é como cortar as asas aos pássaros, com o argumento de que assim voarão melhor.
Ceder para evitar «males maiores» e pensar que isso depois passará com o tempo
Infelizmente, muitos adultos cedem sistematicamente face à sua impotência e incapacidade para ter o controlo da situação. Enganam-se a si mesmos dizendo que já tentaram outras vias mas que com esta criança é impossível. (...) A nossa insegurança, a nossa falta de determinação provoca uma tensão permanente. A criança, apesar de conseguir quase tudo o que quer, mostra-se insatisfeita, (...) sente-se «burlada», incompreendida.
Crer que em qualquer situação «com o diálogo tudo se resolve
Em determinadas situações, é um erro agarrar-se ao diálogo como único meio de relação com as crianças. Mas ser impossível dialogar não significa que não possamos actuar; o que a criança nos pede, precisamente, é que actuemos, que a tiremos daquela situação, que nos mostremos firmes e lhe indiquemos, sem ambiguidades e com segurança, o que vai acontecer a seguir. Não devemos limitar-nos ao uso da linguagem verbal; muitas vezes a comunicação gestual será a nossa principal aliada nesses difíceis momentos em que o diálogo deve ser deslocado para a cena seguinte
Sacrificar constantemente os outros irmãos ou membros da família
Frequentemente é-nos mais fácil sacrificar os membros mais sociáveis ou racionais da família em benefício dos que mostram uma atitude menos generosa e mais agressiva. Favorecemos com a nossa atitude a proliferação de condutas despóticas e manipuladoras
Fechar os olhos: negar as evidências, pensar que os outros exageram, que os professores são uns alarmistas e que, de qualquer modo, a culpa é do outro cônjuge
Favorecer o consumismo
Começam por não dar valor às coisas e acabam por não dar valor às pessoas
Acreditar nas suas mentiras e cair nas «armadilhas» e truques que utilizam
A criança precisa de sentir que somos capazes de «apanhá-la», que não pode mentir-nos com facilidade; o que precisa é que a ajudemos a procurar vias alternativas, mais limpas, mais honestas, mais tranquilizadoras para ela própria
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário